Aldeia da Serra – FEV – 2019 – OKM

Faaala, pilotinhas e pilotinhos!

Chegamos a segunda etapa do campeonato que vem se desenhando, mesmo de início, um campeonato que vai valer a pena ser seguido de perto. Talvez pelo nervosismo de substituir nosso querido Gabriel Mendes (o Bibi), um grande autor dos textos da Master e que infelizmente esteve ausente nessa etapa pela falta de comprometimento, preferindo priorizar as férias em família ao kart (não vou entrar nesse mérito), o texto está saindo ligeiramente atrasado (e embriagado, como era de se esperar vindo de mim).

Descobri que lembrar dos fatos e ver os onboards dá mais trabalho que eu imaginava: Parabéns aos autores frequentes!

Sem mais delongas, vamos ao que interessa: a corrida! E meus amigos, que corrida! Dessa vez descobri a dor que a Master sentia ao ter que ver uma corrida sem aquela latinha esperta na mão, mas traumas superados, o que se seguiu foi um show no asfalto.

Para qualquer lugar que você olhasse na pista, tinha algo para ser apreciado, e quando eu digo qualquer, foi exatamente isso, e em qualquer volta! Já vou te explicar...

Eu pensei em descrever essa corrida falando sobre cada personagem, mas ao começar a assistir os onboards vi que essa tarefa seria hercúlea demais, pois ao mesmo tempo que alguns nomes se destacaram, só o fizeram devido ao conjunto do que rolou...

Vamos começar com o pelotão da frente, formado por Rodrigo Santos, Júnior e Filipe Paro. Como já estamos começando a nos acostumar, a Master não conta mais com o grid invertido e por isso as posições são definidas já na pista e após uma classificação apertada esses 3 largaram na ordem que foram citados.

Luzes apagadas, Júnior largou muitíssimo bem e pulou para a ponta, mas o Rodrigão não perdeu tempo e não deu chance para o Júnior ganhar vantagem, seguindo de perto o ponteiro. O que se viu foi uma largada discreta do Paro, que segurou sua terceira posição do ataque do pessoal de trás, mas sem sofrer perigo do quarto colocado, Caio, que não largou bem e precisou se preocupar com os que vinham atrás (Mas isso é história pra daqui a pouco).

Logo nas primeiras voltas os dois primeiros colocados abriram distância do terceiro, mas não o suficiente para ficarem confortáveis. Eles sabiam que quem vinha atrás não desperdiçaria nenhuma oportunidade. Do lado de fora eu só faltei apelidar o Paro de “Eric Jacquin”, de tanto que ele vinha cozinhando os dois primeiros colocados (e não pelas entradas no cabelo e o shape de pai de família).

Enquanto os dois brigavam pela primeira posição, Paro se aproximava cada vez mais, tentando ataques discretos, até que na 11ª volta, Rodrigão colocou por dentro para garantir uma ultrapassagem em cima do Júnior, que acabou espalhando, foi a oportunidade perfeita, Paro pulou para a segunda posição e segurou até o final.

Mesmo havendo alguns ataques do Paro para tentar a liderança, as três primeiras posições permaneceram dessa maneira até o fim, o que não significa que se tornou menos emocionante, visto que, a distância entre o terceiro colocado e o primeiro terminou com menos de 1 segundo.

Paro era considerado o homem a ser batido quando subiu da Light para a Master, e já na segunda prova foi. Viu que o futuro ao longo do campeonato não vai ser tão tranquilo quanto na Light.

“A retomada do kart em comparação ao deles não estava 100%... Não conseguia colar na saída das curvas para tentar a ultrapassagem.  Em compensação, fazia muita curva, bem gostoso de guiar...”

Filipe Paro sobre seu kart

Vamos agora a segunda parte, ou, segundo pelotão, onde mais pilotos estavam envolvidos e mais coisas aconteceram...

Na largada estavam envolvidos Caio, ou Augusto, Rodrigo Vilela, Levi, Flávio, Thiago Meira e Ricardo Bunnyman. Caio largou mal perdendo a posição para Vilela que colocou por dentro na primeira curva e garantiu a quarta posição, por pouco também não perde a posição para o Levi e Flávio que tentaram a mesma estratégia, porém conseguiu se defender bem garantindo a quinta posição. Flávio seguiu em sexto, após um entrevero sem maiores consequências com Levi e Meira na segunda curva.

Bunnyman, que se aproveitou da situação na curva 2 e tomou o lugar de Levi e Meira, teve problemas logo na primeira volta com o banco do seu kart e seu desempenho foi afetado, e Levi acabou recuperando sua posição. Ao fim da primeira volta a Light mostrou que não está pra brincadeira, sem se envolver nos problemas do começo, André Francisco, o Tchesco, passou por ele com direito a tchauzinho.

Bunnyman e Meira ao longo de toda prova promoveram um espetacular duelo particular, o tempo todo limpos e justos. Uma aula de fair-play na pista, incluindo Ricardo devolvendo a posição após uma manobra que julgou desleal. Foi bonito de se ver do lado de fora. Infelizmente na última volta o cabo do acelerador do Ricardo arrebentou, custando a ele diversas posições em pouquíssimo tempo, segundo palavras do próprio, no melhor estilo Felipe Massa, “Uma corrida para esquecer”. Com isso, Meira terminou em um respeitável 7º e o Bunnyman, após os problemas, fechou em apenas em 14º colocado.

O Tchesco que vinha fazendo uma corrida exemplar, acabou rodando sozinho na entrada do miolo, perdendo algumas posições mas novamente se recuperando muito bem, refazendo todas ultrapassagens necessárias para voltar a posição antes conquistada, o campeão da Light que estreou nessa etapa mostrou que vai fazer muito piloto da Master ter que ficar esperto, tem tudo pra ir para a ponta. Ponto positivo para as duas ultrapassagens em cima do Bunnyman, ambas com direito a tchauzinho. Tchesco com isso garantiu a 9º posição.

O segundo pelotão se desenhou após algumas voltas com Caio, Vilela, Levi e Flávio, que se aproveitando das brigas a frente, começou a ir pra cima e tentar garantir posições importantes, porém, após um lance que gerou questionamentos e atritos após a corrida entre Caio e Flávio, este acabou rodando sozinho na perna final para a reta e acabou perdendo muitas posições.

Abro aqui um parêntese para o que, pra mim, foi uma aula para se assistir e talvez a melhor atuação dessa prova. Após rodar e se reposicionar na pista, Flávio, que vem e de um merecido pódio na Copa São Paulo Light de Kart, fez uma corrida de recuperação incrível, foi consistente e retomou todas as posições perdidas, em alguns momentos nem tomando conhecimento dos karts a sua frente ou das disputas que aconteciam, soube se aproveitar erros e problemas e conquistou a 5ª posição e volta mais rápida, sendo o único das duas categorias a fazer um tempo menor que 54 segundos (com o tempo de 00:53.961). Conquistou pódio, melhor volta, porém perdeu o posto de senhor do grupo, que ficou comigo, que mais parecia uma senhora manca que acabou de sair do bingo clandestino fugindo da polícia. Até nisso tá melhor que a molecada.

Com Flávio fora da disputa naquele momento, o que se seguiu foi uma briga intensa entre Caio, Vilela e Levi, era difícil saber se ficávamos de olho na briga entres os 3 da frente ou esses 3, pois ambas foram igualmente emocionantes de assistir.

Caio vem evoluindo a cada dia e mostrando que não está mais para brincadeira, encarnou o Augusto e está fazendo de tudo para deixar sua fama para trás, com sucesso.

Estávamos andando juntos. Tava difícil alí viu... Não tinha mágica para passar o cara

Rodrigo Vilela

Caio veio de algumas reclamações sobre sua maneira de se defender na Granja, realizando mais de um movimento na reta, aparentemente aprendeu e, até onde se viu, nessa etapa não realizou nada repreensível. Com grandes méritos conquistou a 4ª posição e não parece estar disposto a ficar fora do pódio durante o ano.

Vilela e Levi vinham travando dura batalha, com ótimo ritmo de corrida sempre seguindo o Caio de perto, porém na curva 4 o Vilela acabou saindo de lado e Levi não teve tempo para desviar, bateram, com a batida o kart do Vilela acabou se corrigindo na pista porém o Levi ficou rodado, custando muito tempo e, com isso, a posição, que foi tomada pelo Thiago Meira. Vilela conseguiu manter sua posição e ficou em 6º colocado e Levi ficou com a 8º posição.

Levi, quando decidiu que a vida era curta demais para seguir o traçado que os outros mandam

Os demais pilotos não tiveram muita sorte, Antônio Zambom que fez um belo retorno em Interlagos na final do ano passado e infelizmente não participou da Granja, fez uma corrida tranquila e garantiu um 10º lugar, Leopoldo, o tio Léo, se envolveu logo no início em um acidente com o Lula e acabou ficando pra trás e não parece ter acertado mais, ficando apenas com a 11ª posição. O próprio Lula além do acidente acabou rodando mais duas vezes, comprometendo bastante sua corrida e terminando apenas em 15º.

Cássio não teve tempo nem de respirar, devido ao trânsito que estava pesado, chegou no kartódromo já com os pilotos sentados no kart e foi mais um que pegou um kart mais ou menos e, na tentativa de empurrar outro piloto para se aproximar do pelotão da frente, acabou rodando no final da reta. Além de duas corridas para serem superadas, ainda perdeu um ponto do briefing. Vai ter muito que remar e fico com a 13ª posição.

Fernando Portella que sempre figura pela frente, dessa vez deu azar e o kart sorteado para ele não estava à altura do piloto, não conseguiu bons tempos e acabou ficando apenas com a 13ª posição.

Márcio Kuwakino também foi outro que não teve sorte e que não pegou dos karts mais acertados, segundo informações obtidas no paddock, não tava conseguindo virar os tempos que virou com kart 13 HP, uma pena, chegou na 16ª posição.

Fábio Ramiro, o Fabioca, também não estava em um dia inspirado, rodou algumas vezes e acabou ficando pra trás, com kart não rendendo muito, lhe restou a 17ª posição.

Resultado oficial:

1º - Rodrigo Santos

2º - Filipe Paro

3º - Junior Fidelis

4º - Caio Terra

5º - Flávio Chaves

6º - Rodrigo Vilela

7º - Thiago Meira

8º - Francisco Levi

9º - Andre Francisco

10º - Antonio Zambom

11º - Leopoldo Rabelo

12º - Cássio Machado

13º - Fernando Portella

14º - Ricardo Coelho

15º - Luis Fontes

16º - Marcio Kuwakino

17º - Fábio Ramiro

Pódio da Master, onde o filho já até desistiu de esperar o pai subir no lugar mais alto

E este, senhoras e senhores, foi o retorno do OsKarteiro para Aldeia da Serra, de maneira geral muito elogiada pelos participantes, mas o que se deu para ouvir é que existe ainda um certo questionamento sobre a equalização dos karts, mesmo a corrida tendo sido muito pegada deu a sensação que ainda falta um pouco. Porém não se pode questionar a recepção e atenção que o kartódromo dispensou a todos nós, digno de todos elogios.

O texto ficou longo, porém foi complicado falar dessa corrida em poucas palavras, a Master deu um show e o campeonato tem tudo para ser assim a toda etapa. E que venha Nova Odessa! (E que finalmente eu vou poder assistir tomando uma e sem me preocupar, afinal, o texto volta pra mão de quem entende, não é, Bibi?)

Entrevistas

O vencedor da etapa, Rodrigo Santos.
Filipe Paro, que tentou garantir mais uma mas não rolou
Júnior, já louco pra sair do sol e pegar uma cerveja

Onboards

Filipe Paro
Caio Augusto Terra
André Francisco
Flávio Chaves
Ricardo Bunnyman
Leopoldo Rabelo